Fernanda Monteiro

exposições:

S9. Calendário ARCO 2023. MATA. Mazé Perbellini

MATA

Artista: Mazé Perbellini

Curadoria: Fernanda Monteiro

Abertura: 10 de novembro

Período expositivo: de 13 de novembro a 08 de dezembro

Local: Fernanda Monteiro Galeria de Arte

 

Sobre o Calendário ARCO 

 

“(…) O que te posso dar é mais que tudo o que perdi: dou-te os meus ganhos. (…) um mar antigo e confiável cujas marés — mesmo se fogem — retornam, cujas correntes ocultas não levam destroços. mas o sonho interminável das sereias.” Lia Luft. Canção na plenitude.

 

O mote para as atividades do calendário ARCO deste semestre na Fernanda Monteiro Galeria de Arte é a maturidade feminina e os fazeres artísticos. Sob a ótica de uma sociedade que, intitulada contemporânea, ainda cultiva valores retrógrados que insistem em catalogar e restringir o espaço feminino, a maturidade da mulher está contaminada por referências que determinam comportamentos e atitudes fortemente vinculados a expectativa de que a mulher acima dos sessenta anos cumpre um papel doméstico e discreto. Pensando nisso, a Fernanda Monteiro Galeria de Arte propõe uma reflexão a respeito da atuação artística de mulheres maduras com visões e produções potentes e inspiradoras para outras mulheres que, igualmente maravilhosas, vivem escondidas ou encobertas por veladuras sociais que turvam o que é considerado avançado ou fora do padrão etário.

 

Sobre a exposição: 

 

Novembro é o mês do projeto MATA, da artista Mazé Perbellini e curadoria de Fernanda Monteiro, com 2 desenhos monumentais, de aproximadamente 20 metros cada um, e mais um conjunto de obras de menor dimensão, resultantes de suas incursões e investigações sobre a paisagem orgânica e natural dos parques que observa. A qualidade vertiginosa e livre do traço de Perbelini revela sua necessidade de preservação da paisagem que se modifica paulatinamente e, ao mesmo tempo, sua intenção de incorporar-se a esse plano. A insubordinação do traço é reverberada pela vivacidade da cor, que arde, desvelando a força vital e a resistência de uma natureza ameaçada.

Em meio à incandescência da cor, destaca-se a densidade dos escuros sedutores, criando áreas de profundidade e introspecção. Dramaticidade a qual se soma a organicidade do movimento das linhas, que ora se aglomeram e ora se abrem criando espaços penetráveis e desenhando caminhos a serem percorridos pelos olhos e vivenciados pelos sentidos. A paisagem, a princípio externa, parece agora refletir um estado interior, onde retumbam os sons de uma escuta interna.

Trata-se da percepção da natureza não apenas como necessária à sobrevivência, mas como parte de nós mesmos. Como uma espécie de pré-escrita, há um discurso que não se fecha. São paisagens externas ou internas que precisam ser respeitadas, que transcendem o tempo, apresentando pulso, ritmo, sobrevida. (Fernanda Monteiro)



 

Sobre a artista:

 

Mazé Perbellini vive e trabalha em Araçoiaba da Serra/SP. É formada em Desenho com especialização em Desenho Geométrico e Geometria Descritiva pela Faculdade de Filosofia de Tatuí, e Licenciada em Geografia pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Sorocaba, com pós-graduação em Geopolítica, meio ambiente e urbanização pela Universidade de Sorocaba.

Em 2016, já passou pela Fernanda Monteiro Galeria de Arte com a exposição Espaços informais da paisagem, que fez parte do Projeto TRANSITAR,  em cartaz na Galeria e no museu Paulo Setúbal em Tatuí.